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05/04/2013

Paixão, amor, fervor... Liberdade!

A proclamação dos direitos universais acontecia, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” (Liberté, Engalité, Fraternité). Muito depressa em busca da tal liberdade (porem sobre estreita vigilância), a imprensa difundia os acontecimentos, notícias e os reflexos da Revolução. Em 1789 a imprensa começa ter um papel cada vez maior nos acontecimentos políticos. Sem contar que muitos dos importantes políticos da época tornaram-se jornalistas e mais tarde ficaram conhecidos como grandes figuras que incendiaram e revolucionaram por meio de artigos (entre eles: Marat Hébert, Mirabeau e Brissot). Imprensa e partidos andavam lado a lado nas lutas. Os jornais, no principio de sua consolidação como principal instituição da área pública, foram muito além das vozes dos Partidos.
Vale lembrar que tudo se tratava de uma luta contra a censura, ou seja, pela liberdade de imprensa e de maneira geral pela liberdade de expressão. Essa era a luta, a liberdade. E é a Revolução Francesa que trás três grandes ideias que marcam as ações dos jornalistas nessa época. Entre elas a ideia de que o segredo é sempre detestável, é contra a revolução, pois a primeira ambição se trata de transparência nos assuntos públicos. Tudo deve passar sobre o olhar atento dos cidadãos, pois estes são o impulso para a manifestação (sem leitores, nada adiantaria criar jornais, muito menos escrever para eles). Também entre elas, está a ideia que rege o jornalismo durante as revoluções: a imprensa não deve ser apenas um espelho da política, mas também contribuir para dar aos acontecimentos um ritmo acelerado.
Descobriu-se que os jornais são os laços mais eficazes entre os representantes do povo e o próprio povo. Surgiram assim várias formas jornalísticas. Estas publicações representavam as paixões que a revolução originou e dirigiam-se a um publico popular. Entre estas, distinguiram-se três grandes blocos: a imprensa diária de informação, as folhas revolucionárias e a imprensa de extrema-direita.
Imprensa diária de informação: Fazem parte jornais inicialmente conservadores, que evoluíam para a monarquia constitucional, narravam o que acontecia com um estilo antiquado. Como é o caso da Gazette e Le Journal des Débats.
As folhas revolucionárias (moderadas ou de extrema-esquerda): Foram motores e aceleradores da revolução, centravam-se nos temas políticos. Tinham grande aceitação popular e eram distribuídas na rua ou afixadas nas paredes. Predominavam nelas comentários e ataques pessoais. Um exemplo é o popular L’Ami du peuple, de Marat.
A imprensa de extrema-direita: Sua violência era tão grande quanto a de extrema-esquerda, atacava os fundamentos da revolução com verdadeiro fervor, defendendo a contra-revolução. Como é o caso de Journal Politique et Nacionale e de Actes des Apôtres.
A revolução modificou radicalmente os conteúdos da imprensa, alem disso deu-lhe um impulso quantitativo extraordinário. É fácil notar os princípios da liberdade colocados em prática, o amor e o fervor eram totalmente visíveis. Nasce a partir desta, a vontade da expressão, muito alem do que existia antes.
Com certeza isso trouxe reflexos para os dias atuais. Não se limita na imprensa basicamente, mas em todo tipo de comunicação, ou seja, as atuais redes sociais se encaixam nessa categoria. Se naquela época, a Primavera dos Povos, por exemplo, era comentada através dos jornais, hoje é interessante notar a influencia das redes sociais (como o facebook) que atuam de maneira muito presente na Primavera Árabe (a partir de 2010). Sabemos que esse movimento não seria o mesmo se os recursos proporcionados hoje pela internet não existissem. Da mesma maneira todos os movimentos, revoluções entre 1789 á 1848 não seriam os mesmo sem os jornais, sem a imprensa, sem o desejo de se expressar, o desejo que corria nas veias (nenhum pouco diferente hoje): a liberdade.

            Este trabalho foi realizado pela aluna Priscila Palau do Colégio Universitas – Ensino Médio em Santos, SP.

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