A proclamação dos direitos universais acontecia,
“Liberdade, Igualdade e Fraternidade” (Liberté, Engalité, Fraternité). Muito
depressa em busca da tal liberdade (porem sobre estreita vigilância), a
imprensa difundia os acontecimentos, notícias e os reflexos da Revolução. Em
1789 a imprensa começa ter um papel cada vez maior nos acontecimentos políticos.
Sem contar que muitos dos importantes políticos da época tornaram-se jornalistas
e mais tarde ficaram conhecidos como grandes figuras que incendiaram e
revolucionaram por meio de artigos (entre eles: Marat Hébert, Mirabeau e Brissot). Imprensa e partidos andavam
lado a lado nas lutas. Os jornais, no principio de sua consolidação como
principal instituição da área pública, foram muito além das vozes dos Partidos.
Vale lembrar que tudo se tratava de uma luta contra a
censura, ou seja, pela liberdade de imprensa e de maneira geral pela liberdade
de expressão. Essa era a luta, a liberdade. E é a Revolução Francesa que trás três
grandes ideias que marcam as ações dos jornalistas nessa época. Entre elas a
ideia de que o segredo é sempre detestável, é contra a revolução, pois a
primeira ambição se trata de transparência nos assuntos públicos. Tudo deve
passar sobre o olhar atento dos cidadãos, pois estes são o impulso para a
manifestação (sem leitores, nada adiantaria criar jornais, muito menos escrever
para eles). Também entre elas, está a ideia que rege o jornalismo durante as
revoluções: a imprensa não deve ser apenas um espelho da política, mas também
contribuir para dar aos acontecimentos um ritmo acelerado.
Descobriu-se que os jornais são os laços mais
eficazes entre os representantes do povo e o próprio povo. Surgiram assim
várias formas jornalísticas. Estas publicações representavam as paixões que a
revolução originou e dirigiam-se a um publico popular. Entre estas, distinguiram-se
três grandes blocos: a imprensa diária de informação, as folhas revolucionárias
e a imprensa de extrema-direita.
Imprensa
diária de informação: Fazem parte
jornais inicialmente conservadores, que evoluíam para a monarquia
constitucional, narravam o que acontecia com um estilo antiquado. Como é o caso
da Gazette e Le Journal des Débats.
As folhas
revolucionárias (moderadas ou de extrema-esquerda): Foram motores e aceleradores da revolução,
centravam-se nos temas políticos. Tinham grande aceitação popular e eram
distribuídas na rua ou afixadas nas paredes. Predominavam nelas comentários e
ataques pessoais. Um exemplo é o popular L’Ami
du peuple, de Marat.
A imprensa
de extrema-direita: Sua violência
era tão grande quanto a de extrema-esquerda, atacava os fundamentos da
revolução com verdadeiro fervor, defendendo a contra-revolução. Como é o caso
de Journal Politique et Nacionale e
de Actes des Apôtres.
A revolução modificou radicalmente os conteúdos da
imprensa, alem disso deu-lhe um impulso quantitativo extraordinário. É fácil
notar os princípios da liberdade colocados em prática, o amor e o fervor eram
totalmente visíveis. Nasce a partir desta, a vontade da expressão, muito alem
do que existia antes.
Com
certeza isso trouxe reflexos para os dias atuais. Não se limita na imprensa
basicamente, mas em todo tipo de comunicação, ou seja, as atuais redes sociais
se encaixam nessa categoria. Se naquela época, a Primavera dos Povos, por
exemplo, era comentada através dos jornais, hoje é interessante notar a
influencia das redes sociais (como o facebook)
que atuam de maneira muito presente na Primavera Árabe (a partir de 2010).
Sabemos que esse movimento não seria o mesmo se os recursos proporcionados hoje
pela internet não existissem. Da mesma maneira todos os movimentos, revoluções
entre 1789 á 1848 não seriam os mesmo sem os jornais, sem a imprensa, sem o
desejo de se expressar, o desejo que corria nas veias (nenhum pouco diferente
hoje): a liberdade.
Este
trabalho foi realizado pela aluna Priscila Palau do Colégio Universitas –
Ensino Médio em Santos, SP.
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