Vivemos em um mundo marcado por resquícios históricos da
desvalorização e descriminação da mulher, reforçado pela ideologia machista.
Tal pensamento valoriza uma estrutura com benefícios aos homens, considerando-os
superiores às mulheres. Logo, após o início da Idade Média, durante a qual as
mulheres eram vistas como seres especialmente capazes de realizar certos
encantamentos e receber favor das divindades, com a propagação da fé cristã passaram a uma condição
de subordinação, sendo proibidas de terem acesso ao conhecimento e devendo,
somente, ficar em casa para cuidar dos filhos e atender ao marido, já que,
segundo a Bíblia, “Deus criou o homem e depois, vendo que sua criação
necessitava de uma companheira, criou a mulher”. Essa mentalidade fez com que os homens se sentissem
no direito a maltratar as mulheres, quando estas deixassem de fazer suas
vontades. Desse modo, inicia-se a “violência contra a mulher”, que pode ser
tanto física, quanto sexual, psicológica e econômica. Assustadoramente, dados
da ONU revelam que 70% das mulheres já sofreram algum tipo de violência no
decorrer de sua vida.
Segundo informações do Banco Mundial,
“as mulheres de 15 a 44 anos correm mais risco de sofrer estupro e violência
doméstica do que de câncer, acidentes de carro, guerra e malária”. Além disso,
estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) realizados em onze países revelam
que “a porcentagem de mulheres submetidas à violência sexual por um parceiro
íntimo varia de 6% no Japão a 59% na Etiópia” e a ONU ainda afirma que “em todo
o mundo, uma em cada cinco mulheres se tornará uma vítima de estupro ou
tentativa de estupro no decorrer da vida.”. Tais estatísticas demonstram a
importância do problema na sociedade e como ele a aflige.
No século XX, as mulheres passaram a
ter acesso às informações, melhorando suas posições dentro da sociedade com os
movimentos feministas, que lutavam por igualdade entre homens e mulheres,
conquistando, até mesmo, no Brasil, a aprovação da Lei Maria da Penha em 2006.
Essa lei visa aumentar o rigor das punições contra aqueles que cometerem
violência à mulher em âmbito doméstico ou familiar. Apesar das mudanças
ocorridas, até hoje a mentalidade de que o homem possui direitos sobre a mulher
continua, fazendo muitas vítimas de assédio assexual. Atualmente, músicas, como
o funk brasileiro, colocam a mulher numa situação de “objeto”, criando um
desrespeito por parte dos homens os quais ainda alegam que, por a mulher estar
usando uma determinada roupa, estão provocando e pedindo para que ele a
assedie. Onde está a liberdade e o respeito nesse mundo? Queremos viver assim?
Amanda Rodrigues – nº 02
Julia Manzo – nº 17
Rafael Negreiros – nº 32
Vitória Pereira – nº 36
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