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05/04/2013

A Revolução Burguesa na França


                                 França, século 18:  Vemos que haviam grandes disparidades tanto econômicas quanto ideológicas no país. Enquanto uma imensa parte da população vivia em situação deplorável, à beira da miséria,  o outro lado, aonde estavam  as classes sociais mais altas, como o clero e a nobreza, aproveitavam o fato de não necessitarem pagar os impostos, mas somente se aproveitar dos mesmos que eram pagos pelas classes mais baixas (camponeses, trabalhadores e burgueses) e viver em meio a banquetes e muito luxo na corte. E não para por ai. A França vivia uma crise pesada durante esse período. Mais da metade da população trabalhava no campo, porém, fatores externos ( como o clima) pioravam ainda mais a situação agrária francesa, ocasionando um aumento no preço dos alimentos, o que fazia com que pessoas nas cidades e também no campo passassem fome. Além disso, o tecido francês entrava em crise devido à concorrência com o tecido inglês que acabara por chegar no mercado interno francês.

                                  Como consequência dessas crises, vários trabalhadores ficaram desempregados e a sociedade teve seu número de famintos e marginalizados elevados. Toda essa situação fazia que a burguesia ( ligada ao comércio e às manufaturas) também fosse atingida pela crise, a deixando cada vez mais infeliz.

Para tentar superar as crises que assolavam o país, o rei Luís XVI resolveu cobrar impostos das classes sociais mais baixas (3º estado), ao invés de cobrar das classes em que o dinheiro era mais abundante, como o clero e a nobreza. Porém, sentindo que suas posições acomodadas estavam ameaçadas, o 1º e 2º estado resolveram se revoltar e pressionaram Luís XVI a convocar a Assembleia dos Estados Gerais, que pressionaria o povo a assumir todos os tributos, para não terem de mudar de estilo de vida... Como observação, a Assembleia não era convocada há 175 anos. A mesma era formada por representantes dos três estados, sendo que era aceito somente um voto para cada. Como clero e nobreza estavam sempre juntos, sempre venciam. Isso acabou por prejudicar os nobres pois não tinham consciência do poder do povo e também porque as eleições para escolha dos deputados ocorreram em um momento favorável aos objetivos do 3º estado, já que este vivia na miséria e o momento atual do país era de crise econômica, fome e desemprego. Em maio de 1789, após a reunião da Assembleia no palácio de Versalhes, surgiu o conflito entre os privilegiados (clero e nobreza) e o povo. A nobreza e o clero, perceberam que o povo tinha mais deputados que os dois primeiros estados juntos, então, queria de qualquer jeito fazer valer o voto por ordem social.

O povo, o qual era a grande maioria, queria que o voto fosse individual, porém, para que isso fosse possível, seria necessária uma mudança na Constituição. Ameaçados, clero e nobreza não concordavam com tal atitude e, em meio a esse impasse, o 3º estado resolveu sair dos Estados Gerais. Reunidos novamente, o 3º estado forma a chamada Assembleia Nacional Constituinte.
Porém, o dia chegou. Influenciados pelos ideais iluministas, camponeses e trabalhadores em busca de melhoras na qualidade de vida e de trabalho, juntamente com burgueses em busca de maior participação política e mais liberdade econômica em seu trabalho, foram as ruas e tomaram a primeira atitude de protesto. Uma revolta GRANDE, uma luta pela igualdade de todos perante a lei, em busca de arrancar da “jugular” do povo o rei Luis XVI e sua corte. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha, o já citado símbolo do absolutismo francês (significado atribuído por ser onde ficavam todos os inimigos políticos do rei).


Sua queda em 14/07/1789 marca o inicio do processo revolucionário...


No mês de  agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.
O documento tinha como pontos principais:

- O respeito pela dignidade das pessoas
- Liberdade e igualdade dos cidadãos perante a lei

- Direito à propriedade individual

- Direito de resistência à opressão política
- Liberdade de pensamento e opinião

O lema dos revolucionários, o tão conhecido Liberté, égalité, fraternite (Liberdade, igualdade e fraternidade) foi adotado pois resumia bem os desejos do terceiro estado francês. Em 1790, a Assembleia Constituinte reduziu o poder do clero confiscando terras da Igreja e pôs o clero sob a autoridade do Estado. A chamada Constituição Civil do Clero fora criada, porém, o Papa não aceitou essa imposição. Logo, sobraram duas alternativas aos sacerdotes fiéis ao rei: sair da França ou então lutar contra a revolução. Muitos concordaram e permaneceram no país, mas os insatisfeitos saíram do país e decidiram formar um exército para lutar contra os revolucionários.
Em 1791 fora concluída a Constituição feita pela Assembleia Constituinte, que tinha como pontos principais:

- Igualdade jurídica entre os indivíduos

- Fim dos privilégios do clero e nobreza

- Liberdade de produção e de comércio (sem a interferência do estado)

- Proibição de greves
- Liberdade de crença
- Separação do estado da Igreja
- Nacionalização dos bens do clero
- Três poderes criados (Legislativo, Executivo e Judiciário)
O rei Luís XVI, não aceitando sua perda do poder, começou a conspirar contra a revolução. Para isso, começou a se envolver com nobres de outros países, como Áustria e Prússia, os quais também temiam revoluções em seus países, e começaram a formar um exército que pudesse invadir a França e restituir uma monarquia absolutista no território. Ao tentar fugir do país para se juntar aos contrarrevolucionários, foi reconhecido pelos rebeldes, capturado e preso sob vigilância.
Em 1792, o exército austro-prussiano invade a França e é derrotado pelas tropas revolucionárias na Batalha de Valmy. Essa batalha deu motivação a mais para os revolucionários franceses, o que levou a burguesia a proclamar a República em 22 de setembro de 1792.
Durante esse período, as forças políticas mais fortes estavam divididas em: Girondinos = alta burguesia; Jacobinos = burguesia (pequena e média) e proletariado parisiense. Eram radicais e defendiam a condenação à morte do Rei. Liderados por Robespierre e Saint-Jus; Grupo de Planície = apoiavam quem estivesse no poder.
Mesmo contra os girondinos, o Rei e sua mulher, Maria Antonieta, foram guilhotinados em janeiro de 93. Com isso, surgiram várias revoltas que fizeram necessária uma reorganização das forças absolutistas estrangeiras.
Criou-se o Comitê de Salvação Publica e o Tribunal Revolucionário (meio reprimidor de todos aqueles que eram contra a causa revolucionária, os chamados traidores). Isso fez com que se iniciasse o período conhecido como “Terror”, aonde os não- jacobinos foram perseguidos de forma brutal, o que ocasionou na morte de milhares de pessoas na guilhotina e enforcadas.
                                            Começou uma ditadura jacobina, a qual era contra novas revoluções pois sabiam que os próximos a saírem do poder seriam eles. Liderados por Robespierre, procuravam manter um equilíbrio entre as tendências políticas, algumas que se assemelhavam mais com os ideias perseguidos pela alta burguesia, outras mais próximas às procuradas pelas camadas mais populares.
Algumas realizações significativas foram alcançadas por Robespierre, como por exemplo, o exército francês conseguiu repelir o ataque do exército combinado das forças estrangeiras. E mais, durante seu governo foi instituída a chamada Constituição da República (1793), que dava ao povo: o direito do voto, o direito da rebelião, direito ao trabalho e a subsistência e também a declaração que dizia que o objetivo do governo era o bem comum e a felicidade de todos.
Passadas as tensões da ameaça estrangeira, os girondinos e os grupos de planície se uniram contra Robespierre, o qual sem apoio, foi preso e guilhotinado em 1794. Com sua morte, a Convenção Nacional começou a ser controlada por políticas que representavam os interesses da Alta Burguesia, o que ocasionou na necessidade da criação de uma nova constituição para a França.
                                    A nova constituição estabelecia a continuidade do regime republicano, o qual agora seria controlado pelo chamado Diretório(1795-1799). Durante esse período houveram várias tentativas de controlar o descontentamento popular e jogá-los contra o controle político burguês. Também durante esse período, a França voltou a ser ameaçada por nações absolutistas vizinhas, piorando a situação em que os girondinos se encontravam.
Com isso, um militar francês chamado Napoleão Bonaporte, prestigiado e apoiado pela burguesia e pelo exército, provocou um golpe de Estado e assumiu o poder. Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o Diretório e estabeleceu um novo governo, o chamado Consulado. Esse fato ficou conhecido como 18 Brumário e com isso, consolidou todas as conquistas da burgue  sia, dando um fim á revolução. 



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