O artigo publicado pelo Professor
Associado ao Departamento de Engenharia Mecânica da PUC (RJ) trata-se da física
nos Parques de Diversão, dando ênfase em como funcionam as montanhas russa.
Este artigo foi baseado nos artigos da Profa. Carole Escobar, publicado no “The
Physics Teacher”, de outubro de 1990 e o do Prof. Jearl Walker, publicado no
“Scientific American”, novembro de 1982.
Segundo o autor, o passeio começa com
o trem sendo puxado até o ponto mais alto do
brinquedo (que é o ponto de máxima energia potencial). Em seguida o trem é
trazido de volta ao chão e ao repouso. Considerando que o trem se comporta como
uma peça única, a velocidade máxima a ser alcançada, desconsiderando
atritos de toda a espécie, é
determinada pelo princípio de conservação da Energia Mecânica:
ΔEpotencial = ΔEcinetica
Se a velocidade no ponto mais alto (ho),
for Vo, teremos que a velocidade em um ponto (h) será dada por:
O primeiro resultado interessante,
consequência da análise anterior, é que a velocidade de queda independe do
número de pessoas (isto é, da massa total) que estão no trem: tanto faz se o
trem estiver vazio ou não, o “prazer” do passeio será o mesmo.
Você
concordará certamente que em um “certo” instante, os carros estarão igualmente
distribuídos ao longo da pista, no entorno do ponto 4, metade para cada lado
(ou seja, alguns começando a subir e os demais terminando de descer). A
aceleração ali será nula e a velocidade máxima. À medida que mais carros
começam a subir a colina, a velocidade do trem começa a diminuir, alcançando
sua menor velocidade no topo da mesma. Sem as perdas por atrito, o trem seria
capaz de subir qualquer número de colinas de mesmo tamanho (altura) que a
colina inicial. Como isto não é o caso, a solução é fazer com que as colinas
seguintes sejam todas menores. Considerando que nos pontos mais altos das
colinas, a velocidade é quase nula, poderemos estimar as perdas por atrito no
trecho pela diferença de cotas entre os dois pontos, que é proporcional à
diferença de Energia Potencial. Como as velocidades são muito pequenas, nestes
pontos temos:
Imaginando uma curva, teremos que considerar a força centrípeta:
Naturalmente, para uma pista reta, o raio de curvatura é infinito, como sabemos, e com isto, a reação da pista é exatamente igual ao peso do trem (e passageiros). O mesmo conceito se aplica ao loop da montanha russa. Veja:
Como a tensão provocada pela pista é maior que o peso, a força líquida resultante aponta para o centro do loop e o movimento circular se inicia. No ponto médio do loop, a tensão da pista e a aceleração centrípeta são horizontais, onde o Princípio da conservação de energia entre o ponto mais baixo do loop (de velocidade Vb) e o ponto de altura R foi utilizado. Substituindo os valores, obtemos que no ponto de cota h = R, a tensão da pista vale:
T =
3 mg
Como foi visto, a tensão na parte de entrada no loop é muito elevada, da ordem de 6
vezes o peso (cada passageiro irá sofrer esta força mas a pista deverá estar preparada para esta solicitação). No tocante aos passageiros, esta é uma força muito elevada, que causa desconforto (se considerarmos o atrito, este valor irá diminuir mas mesmo assim, é uma força muito grande). Por outro lado, por segurança, o projeto é feito de forma que a velocidade no alto é maior que a calculada, o que só faz aumentar a força sobre os passageiros.
A
solução foi usar um outro tipo de curva, não mais circular. A solução mais
comum é
uma
pista como a mostrada abaixo (helicoidal) que tem um raio de curvatura menor no
alto que na base, o que reduz todas as velocidades (mas não ao ponto de reduzir
as sensações, claro) e reduz as forças sobre os passageiros, o que foi ótimo.
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