Tudo
começou em 1951. Seis meses antes de se formar em Medicina, Ernesto Rafael
Guevara de la Serna decide interromper o
curso para partir a uma grande viagem pelo continente da América Latino, de
Buenos Aires a Caracas. Nessa viagem, Guevara sensibiliza-se fortemente com a
população, visto a situação de pobreza, desigualdade e miséria na maioria dos
lugares visitados, e começa a ver a América Latina como uma única entidade
econômica e cultural. Retornando à sua casa, termina os estudos e passa a
dedicar-se à política.
Após
finalizar sua faculdade, Ernesto inicia uma segunda viagem, desta vez visitando
a Bolívia, o Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.
Foi com as duas viagens que o jovem médico concluiu que a única maneira de
acabar com todas as desigualdades
sociais era promovendo mudanças radicais na política
administrativa de toda a América Latina.
Em
sua passagem pela Guatemala, em 1953, Ernesto presenciou a luta do recém-eleito
presidente Jacob
Arbenz Guzmán, o qual liderou um governo de cunho popular
na tentativa de realizar reformas de base, eliminar o latifúndio, diminuir as
desigualdades sociais, tendo como um dos principais objetivos garantir a mulher
no mercado de trabalho. O governo norte-americano não apoiava as decisões de
Guzmán, pelo fato do presidente não se alinhar aos seus interesses e tentava dificultar
suas reformas. Tais acontecimentos favoreceram a construção da consciência
política de Guevara, que, a partir dessa época, posicionara-se contra o
imperialismo americano e o capitalismo.
Em
1954, enquanto estava no México, Ernesto conheceu Raúl Castro que o apresentou
seu irmão, Fidel Castro, organizador do movimento guerrilheiro M26 (alusão à tomada
do Quartel Moncada, em 26 de Julho de 1953), fazendo com que Guevara largasse
mão de sua profissão para pegar nas armas e tornar-se um dos revolucionários
mais importantes que o mundo já teve, ao apoiar Fidel em sua luta para derrubar
a ditadura de Fulgêncio Batista, em Cuba. Tempos depois, Ernesto reconheceu
este acontecimento como o marco divisor de sua transição de doutor a
revolucionário.
Três
anos depois, em 1956, Ernesto parte para Cuba com seu companheiro Fidel Castro,
onde os dois lideraram uma revolução comunista até 1959. Foi em Cuba que o
argentino ficou conhecido como “Che Guevara” pelos guerrilheiros e, logo
depois, ganhou fama mundial.
Che
não participou somente de movimentos no México e em Cuba, mas liderou também
revoluções no Congo (no período da Revolução Cubana, Che viajou ao Congo e
depois regressou a Cuba) e na Colômbia, onde foi assassinado pelo exército a
mando da CIA.
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