Em 1989 cientistas
da Holanda noticiaram que certo pássaro habitante das florestas daquele país
estava produzindo ovos com a casca fina e porosa. Os cientistas resolveram
verificar o suprimento de cálcio disponível na natureza já que este é necessário
para a formação de cascas resistentes nos ovos. Aqueles pássaros utilizavam
como fonte de cálcio, caramujos. Entretanto, os caramujos praticamente
desapareceram das florestas, pois o cálcio daquela região havia caído e havia
apenas um nível muito baixo para que os caramujos sobrevivessem.
A queda no conteúdo de
cálcio do solo da Europa e dos Estados Unidos da América foi atribuída à
ocorrência de chuva ácida, principalmente da que contem ácido sulfúrico. Assim
notamos como a poluição ambiental pode afetar a natureza, sem que as pessoas se
deem conta do problema.
Para entender
melhor sobre isso, é relevante lembrar o que é exatamente esse fenômeno que
pode gerar tantos problemas ambientais.
A chuva ácida é um
fenômeno regional e ocorre na mesma região que gera os poluentes que a causa.
Ou seja, lugares que são altamente industrializados ou densamente povoados,
produzem poluentes, tendo assim maior incidência. Mas quais são esses
poluentes?
A chuva ácida é
causada pela presença de gases, principalmente óxidos ácidos de enxofre e
nitrogênio, que saem das chaminés industriais e são solúveis em água.
Misturados à água presente no ar, hidrolisam formando ácidos que caem sobre a
terra juntamente com a chuva.
Se formos comparar,
a chuva não afetada pela atividade humana é pouco ácida, tendo pH em torno de
5,7. Esta acidez baixa é devido à presença de ácido carbônico, H2CO3,
formado pela dissolução de CO2 em H2O. Estes níveis de
acidez não são prejudiciais ao meio ambiente.
Os poluentes mais
sérios na chuva ácida são os ácidos fortes.
No Brasil o exemplo
mais marcante de poluição ambiental por chuva ácida foi à destruição da Mata
Atlântica na região de Cubatão, na baixada santista. Os gases de nitrogênio e
enxofre liberados às toneladas pelas chaminés das indústrias locais destruíram
a vegetação.
Após um grande esforço
feito por parte da comunidade científica, foi elaborada uma legislação e
montado um sistema de fiscalização que passou a controlar as emissões, forçando
as indústrias a tomarem cuidados com as emissões gasosas.
Entretanto, não são
apenas as indústrias que poluem com estes gases. Como citamos anteriormente as
grandes cidades, com seus inúmeros carros, também são importantes produtoras de
chuva ácida.
N2 (g) + O2 (g) -> 2 NO (g)
O óxido nítrico, NO, não é muito solúvel em
água, mas pode ser oxidado no ar formando dióxido de nitrogênio:
2 NO (g) + O2 (g) -> 2 NO2 (g)
O NO2 reage com água formando
ácido nítrico e óxido nítrico:
3 NO2 (g) + 3 H2O
(l) -> 2 H3O (aq)
+ 2 NO3 (aq) + NO (g)
Conforme a legislação brasileira, há uma exigência
para que os carros mais novos sejam equipados, já durante a fabricação, com
catalisadores que reduzem o nitrogênio do NO a N2 (um importante componente
natural do ar e é muito pouco reativo).
O dióxido de
enxofre, SO2, é produzido como subproduto da queima de combustíveis
fósseis, isto é, derivados de petróleo. Ele pode se combinar diretamente com
água, formando um ácido fraco, chamado ácido sulfuroso, H2SO3:
SO2 (g) + 2 H2O (l) -> H3O(aq) + HSO3 (aq)
Além disso, na
presença de material particulado e aerossóis do ar, o dióxido de enxofre pode
reagir diretamente com o oxigênio atmosférico e formar trióxido de enxofre,
que, por sua vez, produz ácido sulfúrico e água:
2 SO2 (g) + O2 (g) -> 2 SO3 (g)
SO3 (g) + 2 H2O
(l) -> H3O (aq) + HSO4
(aq)
O ácido sulfúrico é
um ácido forte especialmente prejudicial ao solo porque causa a retirada dos
íons de cálcio (exemplificado pelo problema ambiental na Holanda em 1989). A
maioria dos solos possui partículas de argilas que são circundadas por íons
inorgânicos, inclusive Ca2+. Entretanto os íons de cálcio das argilas podem ser
substituídos pelo cátion de hidrogênio liberados pelo ácido sulfúrico. Neste
processo também se forma sulfato de cálcio que é insolúvel em água. Desta
forma, o cálcio não mais circula no ambiente, deixando de estar disponível no
solo para ser usado pelas plantas. Este cálcio retirado do solo não é
substituído. Por isso as plantas sofrem com a sua falta e as florestas são
afetadas.
Para entender um pouco mais sobre a chuva acida, nada como
entende-la de maneira prática. Podemos simular uma chuva ácida em um
laboratório: devemos colocar pétalas de rosa
em um recipiente incolor que contenha uma tampa, após isto adicionar enxofre em
outro recipiente menor e metálico, utiliza-se então o isqueiro e a espiriteira
para esquentar o enxofre e com o auxilio das pinças de madeira acrescentamos o
recipiente metálico dentro do recipiente incolor, de modo que seja possível
utilizar a tampa para vedação do recipiente.
Na segunda parte do experimento, devemos colocar 100 mL de H2O em um Becker e utilizando a fita de Ph medimos a acidez da água, que se encontrava Neutra. Após observar as mudanças ocorridas nas pétalas de rosa abrimos o recipiente, colocamos a água do Becker dentro do recipiente, em que o enxofre já se encontrava no estado gasoso e com o auxilio de uma nova fita de ph medimos novamente, porem notamos que o pH ficou ÁCIDO. Assim termina o experimento em que se pode observar com clareza os efeitos da chuva ácida nos seres vivos.
Reações obtidas:
S(s) + O2(g) -> SO2(g) – O enxofre em pó reagiu com o oxigênio e produziu o dióxido de enxofre
SO2(g) + H2O(l) -> H2SO3 (l) – Dióxido de enxofre reagiu com a água e produziu o Ácido Sulfuroso.
H2SO3 (l) + O (g) -> H2SO4 – Ácido Sulfuroso reagiu com a metade de oxigênio ( o oxigênio presente no ambiente ) e produziu o Ácido Sulfúrico.
Na segunda parte do experimento, devemos colocar 100 mL de H2O em um Becker e utilizando a fita de Ph medimos a acidez da água, que se encontrava Neutra. Após observar as mudanças ocorridas nas pétalas de rosa abrimos o recipiente, colocamos a água do Becker dentro do recipiente, em que o enxofre já se encontrava no estado gasoso e com o auxilio de uma nova fita de ph medimos novamente, porem notamos que o pH ficou ÁCIDO. Assim termina o experimento em que se pode observar com clareza os efeitos da chuva ácida nos seres vivos.
Reações obtidas:
S(s) + O2(g) -> SO2(g) – O enxofre em pó reagiu com o oxigênio e produziu o dióxido de enxofre
SO2(g) + H2O(l) -> H2SO3 (l) – Dióxido de enxofre reagiu com a água e produziu o Ácido Sulfuroso.
H2SO3 (l) + O (g) -> H2SO4 – Ácido Sulfuroso reagiu com a metade de oxigênio ( o oxigênio presente no ambiente ) e produziu o Ácido Sulfúrico.
Para
concluir, é necessário uma reflexão. Sabemos que a pesquisa sobre o impacto da
poluição do ar sobre as florestas é difícil. Pois o sistema é altamente
complexo. As florestas cobrem áreas muito grandes e a atuação de cada agente
poluidor pode ser muito sutil, de modo que o verdadeiro papel desempenhado por cada
agente pode levar muitos anos para ser identificado.
De qualquer modo, o controle das emissões
de óxidos ácidos deve ser exercido continuamente de modo a melhorar e manter a
qualidade de vida da humanidade, sem perda das nossas heranças naturais. Será que
colaboramos para esse e outros problemas ambientais? Por que não começamos
ajudar a virar esse jogo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário