1 2 3
Seja bem-vindo ao Vivaldiagem! Um blog onde encontrará textos, resenhas, artigos e muito mais!

30/08/2013

Black bloc


O black bloc é o nome dado a uma estratégia de manifestação e protesto anarquista, na qual grupos usam mascaras e se vestem de preto fazem protestos em manifestações anti-capitalistas.

No Brasil, tais grupos estão cada vez mais freqüentes devido as protestos ocorrentes, com coquetéis molotov nas mãos o grupo é composto por pessoas de periferia, punks e até garotas usando tênis da Farm. É um grupo pequeno, mas que, engrossado por vândalos de ocasião, em algumas capitais tem transformado a baderna e a violência em uma assustadora rotina.

As roupas e máscaras negras que dão nome à estratégia são usadas para dificultar ou mesmo impedir qualquer tipo de identificação pelas autoridades, também com a finalidade de parecer uma única massa.

Black blocs se diferenciam de outros grupos anti-capitalistas por rotineiramente se utilizarem da destruição da propriedade privadas para trazer atenção para sua oposição contra corporações multinacionais e aos apoios e às vantagens recebidas dos governos ocidentais por essas companhias.

Muitos dos black blocs desprezam qualquer movimento político sendo ele organizado, à direita ou à esquerda. Mas, ao menos no Brasil, o fato de saberem do que não gostam não quer dizer que saibam o que querem.

O grupo surgiu nos anos 80, na Alemanha, no período da Guerra Fria sacudida por protestos antinucleares. Naquele tempo, os black blocs diziam ter um objetivo diferente do atual: o de servir de “escudo humano” para os manifestantes que desafiavam a polícia e apanhavam dela.

Mas o contexto mudou. No fim da década de 90, com o Muro de Berlim despedaçado, o marxismo em baixa e o anarquismo em alta, os black blocs aterrissaram nos Estados Unidos e no Canadá com gritos bem mais radicais: pela destruição da propriedades, do governo e das empresas privadas.

No Brasil, os primeiros integrantes dos black blocs viviam nos moldes das antigas comunidades hippies, em bairros como Perus, na Zona Norte de São Paulo. Politizados e interessados por história, liam livros como Manual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, e The Black Bloc Papers, que conta o histórico do bando.

Por aqui, a tática usada pelo grupo nos últimos atos obedece ao padrão de ação dos precursores europeus e americanos. Em turmas de cerca de 100 pessoas, os black blocs assumem a linha de frente dos protestos, a pretexto de compor uma barreira entre os manifestantes e os policiais.
De braços cruzados, movem-se como uma massa uniforme em direção às barreiras de segurança. Quando a polícia se aproxima, emitem em coro e de forma ritmada grunhidos semelhantes a um grito tribal. Nesse momento, alguns membros lançam morteiros, coquetéis molotov e pedras com estilingues.

O objetivo é provocar a polícia. Quando ela reage, eles se dividem: uma turma parte para cima e a outra foge para pichar muros, atear fogo em latões de lixo e destruir estabelecimentos, preferencialmente bancos, concessionárias de carros, lanchonetes de cadeia e tudo o que considerarem “símbolos do capitalismo”.
Existe vários exemplos espalhados pelo mundo em diversas épocas, veja só:
20/abr/2001 – Encontro da Cúpula das Américas, Quebec (Canadá)
Carregando uma faixa em que se lia que “o capitalismo não pode ser reformado”, uma centena de black blocs chegou a derrubar a cerca de arame que separava os manifestantes dos participantes do encontro.

20/jul/2001 –  Encontro do G8, Gênova (Itália)
Anarquistas vindos de diversas partes da Europa encontraram-se em Gênova, onde acontecia a reunião do G8, para protestar contra a globalização. Houve confronto com a polícia, e o anarquista italiano Carlo Giuliani, integrante dos black blocs, foi morto a tiros por um policial.

6/jun/2007 – Protesto contra o G8, Hamburgo (Alemanha)
Milhares de pessoas, a maioria participante do black bloc, protestaram contra a reunião do G8 em um balneário na região norte do país. Os manifestantes bloquearam várias rodovias alemãs para dificultar o acesso aos chefes de estado.

26/jun/2010 – Encontro do G20, Toronto (Canadá)
Os black blocs destruíram lojas de roupas, como a American Apparel e a Adidas, e cafeterias Starbucks. Além disso, atearam fogo em quatro carros de polícia – mais de 150 pessoas foram detidas.

25/jan/2013 – Ato contra a Irmandade Muçulmana, Cairo (Egito)
Ao lado de milhares de pessoas que tomaram a Praça Tahir em protesto contra o primeiro governo eleito do Egito, os black blocs atuaram pela primeira vez em um país árabe. O governo os acusou de promover o terrorismo e mandou vários manifestantes para a prisão.

11/jul/2013 – Rio de Janeiro (Brasil)
Na esteira dos protestos que dominaram o país em junho, cerca de 300 mascarados tomaram o centro da cidade, misturados a outros manifestantes, e promoveram um quebra-quebra sem alvo aparente. Pela primeira vez, chegaram às manchetes dos jornais. A partir daí, eventos parecidos ocorreram em São Paulo, Fortaleza, Distrito Federal e Porto Alegre.


Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/o-bando-dos-caras-tapadas-quem-sao-os-manifestantes-baderneiros-do-black-bloc-que-saem-as-ruas-para-quebrar-tudo/ 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

Código base por Thays Bueno, modificado por Emily Caroline. Tecnologia do Blogger.