O black bloc é o
nome dado a uma estratégia de manifestação e protesto anarquista, na qual
grupos usam mascaras e se vestem de preto fazem protestos em manifestações
anti-capitalistas.
No Brasil, tais
grupos estão cada vez mais freqüentes devido as protestos ocorrentes, com
coquetéis molotov nas mãos o grupo é composto por pessoas de periferia, punks e
até garotas usando tênis da Farm. É um grupo pequeno, mas que,
engrossado por vândalos de ocasião, em algumas capitais tem transformado a
baderna e a violência em uma assustadora rotina.
As roupas e
máscaras negras que dão nome à estratégia são usadas para dificultar ou mesmo
impedir qualquer tipo de identificação pelas autoridades, também com a
finalidade de parecer uma única massa.
Black blocs se
diferenciam de outros grupos anti-capitalistas por rotineiramente se utilizarem
da destruição da propriedade privadas para trazer atenção para sua oposição
contra corporações multinacionais e aos apoios e às vantagens recebidas dos
governos ocidentais por essas companhias.
Muitos dos black blocs desprezam qualquer movimento político
sendo ele organizado, à direita ou à esquerda. Mas, ao menos no Brasil, o fato
de saberem do que não gostam não quer dizer que saibam o que querem.
O grupo
surgiu nos anos 80, na Alemanha, no período da Guerra Fria sacudida por
protestos antinucleares. Naquele tempo, os black blocs diziam ter um objetivo
diferente do atual: o de servir de “escudo humano” para os manifestantes que
desafiavam a polícia e apanhavam dela.
Mas o contexto mudou. No fim da década de 90, com o Muro de
Berlim despedaçado, o marxismo em baixa e o anarquismo em alta, os black blocs
aterrissaram nos Estados Unidos e no Canadá com gritos bem mais radicais: pela
destruição da propriedades, do governo e das empresas privadas.
No
Brasil, os primeiros integrantes dos black blocs viviam nos moldes das antigas
comunidades hippies, em bairros como Perus, na Zona Norte de São Paulo.
Politizados e interessados por história, liam livros como Manual do
Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, e The Black Bloc
Papers, que conta o histórico do bando.
Por aqui, a tática
usada pelo grupo nos últimos atos obedece ao padrão de ação dos precursores
europeus e americanos. Em turmas de cerca de 100 pessoas, os black blocs
assumem a linha de frente dos protestos, a pretexto de compor uma barreira
entre os manifestantes e os policiais.
De braços cruzados,
movem-se como uma massa uniforme em direção às barreiras de segurança. Quando a
polícia se aproxima, emitem em coro e de forma ritmada grunhidos semelhantes a
um grito tribal. Nesse momento, alguns membros lançam morteiros, coquetéis
molotov e pedras com estilingues.
O objetivo é provocar
a polícia. Quando ela reage, eles se dividem: uma turma parte para cima e a
outra foge para pichar muros, atear fogo em latões de lixo e destruir
estabelecimentos, preferencialmente bancos, concessionárias de carros,
lanchonetes de cadeia e tudo o que considerarem “símbolos do capitalismo”.
Existe vários exemplos
espalhados pelo mundo em diversas épocas, veja só:
20/abr/2001 – Encontro da
Cúpula das Américas, Quebec (Canadá)
Carregando uma faixa em que se lia que “o
capitalismo não pode ser reformado”, uma centena de black blocs chegou a
derrubar a cerca de arame que separava os manifestantes dos participantes do encontro.
20/jul/2001 – Encontro do
G8, Gênova (Itália)
Anarquistas vindos de diversas partes da
Europa encontraram-se em Gênova, onde acontecia a reunião do G8, para protestar
contra a globalização. Houve confronto com a polícia, e o anarquista italiano
Carlo Giuliani, integrante dos black blocs, foi morto a tiros por um policial.
6/jun/2007 – Protesto contra o
G8, Hamburgo (Alemanha)
Milhares de pessoas, a maioria participante do
black bloc, protestaram contra a reunião do G8 em um balneário na região norte
do país. Os manifestantes bloquearam várias rodovias alemãs para dificultar o
acesso aos chefes de estado.
26/jun/2010 – Encontro do G20,
Toronto (Canadá)
Os black blocs destruíram lojas de roupas,
como a American Apparel e a Adidas, e cafeterias Starbucks. Além disso, atearam
fogo em quatro carros de polícia – mais de 150 pessoas foram detidas.
25/jan/2013 – Ato contra a
Irmandade Muçulmana, Cairo (Egito)
Ao lado de milhares de pessoas que tomaram a
Praça Tahir em protesto contra o primeiro governo eleito do Egito, os black
blocs atuaram pela primeira vez em um país árabe. O governo os acusou de
promover o terrorismo e mandou vários manifestantes para a prisão.
11/jul/2013 – Rio de Janeiro
(Brasil)
Na esteira dos protestos que dominaram o país
em junho, cerca de 300 mascarados tomaram o centro da cidade, misturados a
outros manifestantes, e promoveram um quebra-quebra sem alvo aparente. Pela
primeira vez, chegaram às manchetes dos jornais. A partir daí, eventos
parecidos ocorreram em São Paulo, Fortaleza, Distrito Federal e Porto Alegre.
Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/o-bando-dos-caras-tapadas-quem-sao-os-manifestantes-baderneiros-do-black-bloc-que-saem-as-ruas-para-quebrar-tudo/
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